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A Coragem de Ver Mais Alto

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A Coragem de Ver Mais Alto

No coração da Floresta dos Sussurros, vivia um coelhinho curioso chamado Tufo. Ele adorava explorar, mas seus pulos nunca o levavam suficientemente alto para ver além das árvores. Ele sonhava em descobrir para onde o rio corria e se o mundo realmente acabava no horizonte.

— Ah, se eu pudesse subir bem alto, só uma vez! — suspirou Tufo, olhando para o céu.

Lá em cima, pousada num galho ancião, a águia Áurea observava o coelhinho com seus olhos dourados e gentis. Ela planava majestosa, mas às vezes se sentia solitária nas grandes alturas.

— Por que você suspira, pequeno Tufo? — perguntou Áurea, pousando suavemente ao seu lado.

Tufo deu um pulinho de surpresa.
— Oh, Áurea! Eu queria tanto ver o que há além da floresta, mas o mundo é grande demais para minhas patinhas.

Áurea inclinou a cabeça, pensativa.
— O mundo é grande, mas a amizade pode encurtá-lo. Que tal uma viagem? Eu posso te levar. É só subir nas minhas costas e se agarrar com cuidado.

Tufo hesitou por um segundo. Era assustador, mas a curiosidade era maior. Com coragem, ele trepou nas costas macias de Áurea, enterrando as patinhas em suas penas.

— Pronto? — perguntou Áurea.
— Pronto! — sussurrou Tufo, fechando bem os olhos.

Eles levantaram voo. O vento cantava uma canção suave em seus ouvidos. Aos poucos, Tufo abriu um olho, depois o outro. E seu coração encheu de maravilha.

— Uau! — exclamou. — A floresta parece um tapete verde e felpudo! E veja, o rio é uma fita prateada que brinca de se esconder nas montanhas!

Áurea sorriu, feliz por compartilhar sua vista.
— E olhe ali, Tufo. Veja os campos de flores amarelas e o grande lago que brilha como um espelho.

Eles planaram suavemente, vendo o pôr do sol pintar o céu de laranja e rosa. Tufo sentia o coração aquecido e cheio de paz. Ele não estava mais sozinho em sua aventura.

Ao final, Áurea levou Tufo de volta para a clareira, pousando como uma pluma.

— Obrigado, Áurea — disse Tufo, com os olhos brilhando. — Eu nunca vou me esquecer do que vimos hoje.
— E eu nunca vou me esquecer de ter um amigo para compartilhar minha vista — respondeu Áurea, aconchegando-o sob sua asa. — Às vezes, só precisamos de um amigo para nos ajudar a ver a vida de um jeito novo.

Naquela noite, Tufo adormeceu em sua toca, sonhando com rios de prata e campos dourados, sentindo-se pequeno, mas incrivelmente corajoso e amado

Moral da História: A verdadeira amizade nos dá asas para explorar novos horizontes e nos enche de coragem para ver o mundo de uma perspectiva mais bela e grandiosa

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