Lua já estava alta no céu, iluminando o quarto de Clara com um brilho prateado. Mas Clara não conseguia dormir. Sua mente estava cheia de pensamentos sobre o dia seguinte.
Foi então que ela notou algo mágico. O barco de papel que estava em sua mesa, feito de um papel azul brilhante, começou a balançar suavemente. De sua vela, saiu um pequeno feixe de luz que piscou para ela.
— O mar está calmo esta noite, Capitã Clara — sussurrou uma voz suave como a brisa. — Pronta para uma aventura serena?
Clara sorriu, seus preocupações começando a se dissipar. Ela assentiu e, com um toque no barco, sentiu-se encolher até caber perfeitamente em seu convés. Eles deslizaram pela janela, que se transformou em uma cachoeira de luz de lua, e pousaram em um rio que brilhava sob a noite estrelada.
O barco navegou silenciosamente. As árvores nas margens sussurravam histórias antigas, e os pirilampos piscavam como lanternas minúsculas, iluminando o caminho.
— Para onde estamos indo? — perguntou Clara, em um sussurro.
— Para a Baía dos Sonhos Calmos — respondeu o barco. — É um lugar onde todas as preocupações se transformam em estrelas-do-mar e são levadas pela maré.
Eles passaram por uma família de patos que nadava em formação, todos seguindo a mamãe pata.
— Boa noite, pequena navegadora — grasnou o pai pato. — A água está perfeita para sonhar.
Mais à frente, um velho sapo sábio estava sentado em uma folha de vitória-régia, tocando uma melodia tranquila em uma flauta de junco.
— Toda aventura precisa de uma trilha sonora — ele disse, piscando um olho para Clara.
Finalmente, chegaram à Baía. A água era tão cristalina que refletia o céu noturno, fazendo parecer que eles navegavam através das estrelas. Pequenas faíscas de luz—as preocupações transformadas—nadavam ao redor do barco antes de mergulhar nas profundezas, deixando para trás apenas uma sensação de paz.
— É aqui que você pode deixar ir tudo o que te incomoda — disse o barco. — A noite cuida de tudo.
Clara respirou fundo e sentiu uma calma profunda preenchê-la. O barco girou suavemente e começou a jornada de volta. O caminho de volta parecia ainda mais tranquilo, guiado pelo suave canto da floresta adormecida.
Quando o barco a colocou de volta em sua cama, Clara já estava bocejando. O barco de papel pousou em sua mesinha de cabeceira, um pouco mais reluzente do que antes.
— Boa noite, Capitã — sussurrou a voz. — Que seus sonhos sejam tão serenos quanto os mares que navegamos.
Clara adormeceu quase instantaneamente, sonhando com águas calmas, sapos músicos e um céu cheio de estrelas brilhantes.
Moral da História: Mesmo as maiores preocupações podem ser levadas embora com um pouco de imaginação tranquila e confiança na calma da noite