No fundo do quintal da vovó, escondido atrás de uma velha cerejeira, havia um jardim esquecido. Lara descobriu por acaso, ao perseguir uma borboleta de asas amarelas. O que ela viu a entristeceu: a terra estava dura e seca, as flores murchas se curvavam para o chão e o único visitante era um espantalho solitário com um sorriso triste.
— Por que este jardim está tão abandonado? — perguntou Lara à sua avó.
— O tempo passou, e nós nos esquecemos dele, minha querida — respondeu a vovó, com um suspiro. — Mas talvez ele só precise de um pouco de atenção.
No dia seguinte, Lara voltou com uma pequena pá, um regador e um punhado de sementes que a avó lhe dera. O espantalho, que se chamava Salomão, sussurrou com a voz do vento:
— A terra está cansada. Ela não acredita mais que alguém se importa.
Mas Lara não desistiu. Todos os dias, ela cavou pequenos buracos, plantou as sementes e cantou para elas. Ela regou a terra com paciência e arrancou as ervas daninhas. Os pássaros, vendo seu esforço, começaram a cantar para animá-la.
Ela não via nenhuma mudança. Até que uma manhã, um broto verde fraco rompeu a terra dura. Depois outro, e mais outro. Aos poucos, o jardim começou a responder à sua dedicação.
As flores desabrocharam em cores vibrantes, as abelhas e borboletas voltaram a dançar no ar e o espantalho Salomão finalmente teve um sorriso verdadeiro, feito de girassóis que cresceram ao seu redor.
Lara correu para buscar a vovó. Ao ver o espetáculo de cores e vida, lágrimas de alegria escorreram pelo rosto da avó.
— Você não só trouxe o jardim de volta à vida, Lara — disse ela, abraçando a neta —, você nos lembrou que mesmo as coisas mais esquecidas podem florescer novamente com amor e paciência.
Moral da História: Com paciência, dedicação e um pouco de amor, podemos transformar e revitalizar até mesmo aquilo que parece estar perdido