Num cantinho da floresta, onde os musgos são almofadas fofas e os raios de sol filtram suavemente pelas folhas, vivia um ouriço chamado Hugo. Hugo era redondinho e fofo, mas carregava um grande sonho: ele queria rolar rápido como uma bolinha, descendo a colina até o riacho cintilante.
Todos os dias, ele tentava se enrolar e rolar.
Esperem! Esperem por mim! - ele chamava, enquanto seus amigos coelhos e esquilos passavam rapidamente por ele.
Mas Hugo era muito, muito cauteloso. Ele sentia medo de rolar muito rápido e se perder. Seu coração ficava impaciente e triste. Ele via as folhas secas dançando no vento e suspirava:
Eu nunca vou conseguir rolar como elas. É muito assustador.
Foi então que uma coruja sábia, de penas cor de chocolate, pousou no galho acima dele. Seu nome era Dona Olívia.
Tudo bem ser cauteloso, querido - disse Dona Olívia, com uma voz tão suave quanto o farfalhar das folhas. - A floresta tem seu próprio ritmo. A pressa é inimiga da segurança. Que tal tentar de novo, mas prestando atenção na jornada?
Hugo olhou para a coruja, confuso.
Mas o que eu vou ver na jornada? É só uma colina!
Dona Olívia piscou seus grandes olhos.
Vamos descobrir juntas?
E assim, no dia seguinte, Hugo começou a descer a colina novamente. Desta vez, em vez de olhar só para o fundo, ele olhou ao redor. Ele sentiu a textura macia do musgo sob suas patinhas. Parou para cheirar uma pequena flor roxa que brotava entre as pedras.
Olá, Florzinha! - disse Hugo.
Olá, Hugo! - pareceu sussurrar a flor, balançando suavemente.
Mais abaixo, ele ouviu o som calmante do riacho e viu um besouro carregando uma carga pesada, parando para descansar em sua sombra. Aos poucos, seu coração impaciente foi se acalmando. A descida já não era uma corrida, mas uma descoberta.
Ele não percebeu, mas sua cautela o tornara corajoso. Ele se enrolou e, num movimento suave e controlado, rolou colina abaixo, parando com gentileza exatamente à beira do riacho.
Quando desenrolou, ele estava são e salvo. Hugo não apenas viu o riacho de perto, como sentiu a água fresca em suas patas e viu todo o caminho que havia percorrido, um pouquinho de cada vez, com calma e atenção.
Moral da História: A paciância e a cautela nos permitem apreciar cada pequeno passo da jornada em segurança, levando-nos às conquistas no momento certo