Clara adorava deitar no jardim à noite e contar as estrelas. Ela sabia que cada uma delas guardava um segredo. Uma certa noite, uma luz prateada e cintilante dançou diante de seus olhos. Era um minúsculo vaga-lume, mas diferente de todos os outros. Em suas asas, pequenos pontos brilhavam formando um desenho.
— Olá! — disse uma vozinha musical. — Sou uma Estelífera. Trouxe um convite.
O vaga-lume pousou suavemente na palma da mão de Clara, e ela viu que os pontos em suas asas eram um mapinha do céu, mostrando constelações e um caminho de luz que levava até a Lua.
— A Rainha da Noite perdeu seu colar de luzes de prata — explicou a Estelífera. — Sem ele, os sonhos das crianças não conseguem encontrar o caminho para casa. Você pode nos ajudar a encontrá-lo?
O coração de Clara bateu de emoção. Ela concordou num instante. A Estelífera voou, e Clara sentiu-se levantar suavemente da grama, envolvida por uma luz mágica que a fez flutuar para cima, rumo às estrelas.
Sua primeira parada foi na constelação do Grande Urso.
— Ó, grande urso — disse Clara, com educação. — Você viu um colar de luzes passar por aqui?
O urso celestial rugiu baixinho, apontando sua pata enorme para a Via Láctea.
— Siga o rio de estrelas. E cuidado com os redemoinhos de sonhos perdidos.
Clara seguiu, maravilhada. Ela navegou pela Via Láctea, desviando de redemoinhos cintilantes que giravam como bailarinas. Encontrou o Cisne, que nadava tranquilamente.
— O colar? — cantou o Cisne. — Sim, ficou preso em meus cygnus (pescoço). É tão belo que quase esqueci de devolvê-lo.
Com cuidado, o Cisne inclinou-se e Clara pegou o colar. Ele era feito de orvalho lunar e luz de estrelas, frio e suave ao toque.
Agradecendo, ela e a Estelífera voaram de volta até o trono da Rainha da Noite, uma senhora gentil cujos olhos brilhavam como luas cheias.
— Obrigada, corajosa Clara — disse a Rainha, pendurando o colar no céu. Imediatamente, uma chuva de luzes prateadas iluminou a abóboda celeste, colorindo os sonhos de todas as crianças.
— Você restaurou a magia da noite.
A Rainha ofereceu a Clara uma estrela minúscula para guardar sob seu travesseiro. — Sempre que você fechar os olhos, terá as aventuras mais doces.
Clara acordou em sua cama, com a sensação de que tinha vivido algo incrível. E sob seu travesseiro, um brilho suave e quentinho a acompanhou para sempre.
Moral da História: A maior aventura começa com um coração bondoso e corajoso, e mesmo os atos mais pequenos podem iluminar o mundo.