6 a 8 anos 12 min de leitura

A Menina que Coloriu o Silêncio

Compartilhar
A Menina que Coloriu o Silêncio

Na cidade barulhenta de Barulhópolis, onde os carros buzinavam sem parar e as pessoas sempre falavam alto, vivia uma menina chamada Lara. Lara era quieta e enxergava o mundo de um jeito diferente. Ela tinha um segredo: conseguia ver as cores dos sons.

O latido do cachorro era laranja-riscado. O toque do telefone era roxo e pontiagudo. Mas o barulho da cidade era uma grande mancha marrom e cinza, que a deixava cansada e um pouco triste.

Um dia, buscando um lugar tranquilo, Lara descobriu um velho parque abandonado no centro da cidade. No meio do parque, sob uma grande árvore, havia um velho carrossel enferrujado e silencioso. Lara se sentou em um de seus cavalos de madeira e suspirou.

— Este lugar é tão triste — sussurrou.

De repente, uma ideia brilhante iluminou seu rosto. Ela pegou sua mochila e tirou suas ferramentas mágicas: um violino e seu arco.

Ela fechou os olhos e puxou o arco suavemente pelas cordas. Uma nota doce e cristalina pairou no ar. Para Lara, era uma pincelada de azul-celeste. Ela tocou outra nota, longa e profunda, que tingiu o ar de verde-esmeralda.

As crianças que passavam na rua pararam para ouvir. Os adultos diminuíram o passo. A música de Lara não era barulho; era como uma chuva suave que lavava a sujeira sonora da cidade.

Um menino correu para casa e voltou com sua flauta. Uma senhora começou a cantarolar. Em pouco tempo, o parque abandonado estava cheio de pessoas não fazendo barulho, mas criando música. Juntos, eles pintaram o ar com todas as cores do arco-íris. O carrossel, pela primeira vez em anos, pareceu sorrir.

Lara percebeu que sua diferença não era estranha. Era um presente. Ela não tinha consertado o barulho, mas tinha mostrado a todos como criar beleza no lugar dele.

Moral da História: Nossas diferenças são dons únicos que podemos usar para trazer beleza e harmonia ao mundo

Próxima História