No fim da Rua do Arco-Íris, existia um jardim muito especial. De um lado de uma cerca baixinha vivia Totó, um cachorro marrom com manchas brancas, que adorava correr e brincar de pegar bolinha. Do outro lado vivia Mingau, um gatinho cinza e fofinho, que preferia se enrolar no sol e observar o mundo com seus olhos grandes e curiosos.
Totó passava os dias correndo de um lado para o outro, mas sempre parava ao ver Mingau.
— Venha brincar! — ele latia, animado.
— Brincar de quê? — perguntava Mingau, cauteloso.
— De correr! De pular! — dizia Totó, abanando o rabo.
Mingau dava uma volta no rabo e respondia suavemente:
— Ah, eu prefiro brincar de... descansar. É muito bom.
E assim seguiam, um de cada lado da cerca, um sempre convidando, o outro sempre recusando. Até que uma tarde, uma forte ventania assustou todos no jardim. O pior foi o barulho: um grande STRONDO!
Uma árvore bem grande havia caído, bem em cima da casinha de Totó! O cachorro ficou parado, sem entender, com medo daquele monstro de madeira que cobria seu lar. Ele não latia. Não abanava o rabo. Só tremia.
Mingau, do outro lado, viu tudo. Viu o medo no olhar de Totó. Sem pensar duas vezes, ele pulou a cerca, coisa que nunca tinha feito antes. Se aproximou bem devagar e se encostou suavemente no pelo de Totó.
— Não se preocupe — ronronou Mingau, num som calmante. — Você pode ficar na minha casinha. Ela é quentinha e tem um lugar macio para você.
Totó olhou para o amigo, surpreso.
— Mas... e a sua brincadeira de descansar? Eu vou atrapalhar.
— Descansar é ainda melhor com um amigo — respondeu Mingau, esfregando a cabecinha nele.
Naquela noite, os dois se aconchegaram na cesta fofa de Mingau. Totó percebeu como era bom ouvir o ronronar suave do gatinho. E Mingau descobriu que o coração de Totó batia uma música perfeita para adormecer. Eles eram diferentes, mas seus corações batiam no mesmo ritmo da amizade.
Moral da História: A verdadeira amizade está em se importar com o outro e encontrar alegria nas diferenças que nos tornam especiais